Review – Revenge 1ª a 3ª temporada: Da queda à Ascensão
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Por: Patrick Duarte
Muitos filmes e séries usam como premissa algo relacionado com a vingança, para dar motivação ao enredo e ao personagem. Não é nada novo, tão pouco inovador, mas é algo que parece ser relativamente popular ao gosto dos telespectadores. Usando essa base para fundamentar uma ideia, em 21 de setembro de 2011 estreou pelo canal ABC a série Revenge.
“Antes de embarcar em uma jornada de vingança, cave duas covas” Confúcio (504 A.C)
Criado por Mike Kelley, Revenge conta a estória de Amanda Clarke (Emily VanCamp), que utiliza a identidade falsa de Emily Thorne para se reaproximar das pessoas que causaram a prisão e morte de seu pai. Tudo começa com a queda do Voo 197. David Clark (James Tupper) é acusado injustamente de associação com terrorismo, levado a prisão onde o mesmo é morto. Todo esse desastre e a acusação foram tramados por Conrad Grayson (Henry Czerny) com a ajuda de outros envolvidos, inclusive de sua esposa Victoria Grayson (Madeleine Stowe).
A prisão de David, fez com que a pequena Amanda passasse sua juventude numa detenção juvenil. Ao completar 18 anos ela é liberada e recebe de Nolan Ross (Gabriel Mann) a herança de seu pai, que incluía uma caixa com informações e anotações sobre todos que o acusaram de terrorismo, causando sua prisão. Amanda parte em busca de vingança e após anos de treinamento e pesquisa sobre os Grayson’s ela volta a sua antiga casa utilizando o nome de Emily Thorne, com a promessa de limpar o nome de seu pai e destruir os Grayson’s.
PRIMEIRA TEMPORADA – PODIA SER MELHOR
A primeira temporada apresenta Emily/Amanda, sua motivação e seus planos. A principio ela se isola para tentar abater seus inimigos, mas aos poucos percebe que precisa de ajuda para alcançar seu objetivo. Nisso entra o gênio/hacker Nolan Ross que a ajuda em tudo relacionado à tecnologia, a livrando em vários momentos de ser revelada. Um a um ela vai derrubando os envolvidos na tragédia de seu pai e se aproximando cada vez mais da família Grayson, através de um relacionamento com o filho de Victoria, Daniel Grayson (Joshua Bowman). O passado sempre aparece de forma a tentar confundi-la, como o amor de infância Jack Porter (Nick Wechsler).
A trama da primeira temporada, apesar de clichê, tinha tudo para prender nossa atenção. Confesso que comecei a assistir por causa da minha esposa que ficou fã, mas eu mesmo não tinha interesse. O motivo: o roteiro era previsível demais. Todo episodio você poderia identificar o final assistindo pelos menos os 10 primeiros minutos e isso me entediava. Toda a reviravolta era fácil de identificar e não consegue prender o espectador. O sucesso do episodio piloto e seu contrato pra uma temporada completa certamente veio do carisma da atriz Emily VanCamp e da subtrama que consistia em focar nos meios que ela usava para alcançar o objetivo (que eram geniais).
No geral, essa primeira temporada é fraca, para não dizer ruim, mas vende o peixe e consegue fazer com que o povo ame a injustiçada Amanda Clark.
Apesar do roteiro fraco, alguns atores conseguem dar um ar divino a série. São os casos de Emily VanCamp ( vingativa e linda), Madeleine Stowe (Vilã do mal mesmo, ooh bicha ruim) e o notável Gabriel Mann ( pra mim, o melhor ator da série). O restante de elenco, só serve de apoio entre as relações, não tendo algo notável durante os episódios.
SEGUNDA TEMPORADA – MELHOROU, MAS LONGE DE SER REFERENCIAL
A segunda temporada estreou em 30 de setembro de 2012 e inicia com a contínua sede de vingança de Emily/Amanda. Nessa temporada temos um novo aliado para os planos de Emily, Aiden Mathis (Barry Sloane). Descobrimos que Aiden treinou junto com Emily para também ter a sua própria vingança (é tipo uma liga dos vingadores rs), mas ele acaba sendo enviado para ajudar Emily em seus planos. A segunda temporada foge um pouco do enredo original e tira o foco da subtrama, que antes era os “meios”, para agora focar na parte de estórias paralelas. Temos explicações da vida de Aiden, do treinamento de Emily, o retorno de uma antiga amiga de cela, entre outras relações. Eu entendo a necessidade de se explicar como as coisas ocorreram até o momento, mas foi nesse ponto o maior pecado dos roteiristas. A preocupação em explicar foi tão grande, que não deram a devida atenção para o que a série estava propondo. Não era exatamente mais do mesmo que estávamos assistindo, era algo, que dentro do igual, conseguia ser inovador, mas a falta de centralizar a trama e trabalhar com isso fez com que a série tivesse uma temporada tão ruim quanto à primeira.
Se você leu o subtítulo “Melhorou, mas longe de ser referencial”, deve ter ficado confuso com minha afirmação anterior. A melhora da série se deu por conta do roteiro não tornar as coisas previsíveis. Realmente você não tinha muita ideia do que ia acontecer, talvez pela confusão da trama e subtrama, mas tenho que admitir que se você assistir com a devida atenção, poderá conectar os pontos que eles jogam para você. Não é nada complicado, só irrita o espectador da “mesmice”.
TERCEIRA TEMPORADA – A ASCENSÃO
A terceira temporada estreou em 29 de setembro de 2013 e teve seu Season Finale em 11 de maio de 2014. Essa temporada teve um clima totalmente diferente das outras, apesar de sempre ter o foco na vingança de Emily. Grande parte da trama gira em torno do casamento de Emily e Daniel que não dura muito e se transforma em divorcio. Durante duas temporadas vemos Emily manipular as situações em seu favor, mas nessa temos boas mudanças. Finalmente acertaram no tom do roteiro e a série se torna dinâmica e coesa com os acontecimentos. A trama finalmente ganha sua devida “barra de ouro” e fica bem aparente que tudo o que acontece é em volta dos Grayson’s. Durante toda a temporada temos os ataques incessantes de Emily aos Grayson’s e quando alguma pedra aparece em seu caminho ela logo trata de tirá-la. Temos uma pequena subtrama que envolve o psicológico de nossa protagonista que ameaça destruir tudo pelo que ela vem lutando. Apesar de ser uma subtrama curta, foi melhor que a primeira e segunda temporada juntas. Muito me surpreendeu essa temporada, de verdade. Eu mesmo que insistia para minha esposa terminar de ver para que eu chegasse logo aos “finalmentes” da série.
Revenge aprendeu com os erros e acertos, deu a volta por cima e criou uma terceira temporada digna de aplausos, mas nem tudo é um mar de rosas.
De repente, Victoria parece se tornar mais inteligente que Emily em todos os sentidos. Não estou dizendo que Victoria é burra, mas a forma que a fizeram “sacar” as coisas foi muito rápido. É claro que Emily deixou rastros dos seus golpes e uma hora alguém ia sacar alguma coisa. Mas, durante todo esse tempo ninguém tinha percebido, e do nada Victoria “saca” tudo? A inteligência da Dama dos Hamptons ficou tão alta que ela criava planos para enganar e desmascarar Emily, e tecnicamente funcionavam. Emily não chegava a ficar nas mãos de Victoria, mas sempre deixava claro o que ela realmente queria. Com certeza essa era a intenção dos produtores e roteiristas: deixar Emily num beco sem saída e desesperada. Mas acredito que isso poderia ser feito de forma mais cautelosa e desenvolvida no decorrer dos episódios, e teria dado muito mais qualidade ao enredo. E como se não bastasse, tivemos mais uma novidade (que já estava clara) de que “David Clark is alive”.
Apesar desse pequeno “ato” a terceira temporada termina digna e bonita. Emily consegue limpar o nome de seu pai, causar a prisão de Conrad Grayson e a internação de Victoria. Temos outros acontecimentos durante os embates que certamente afetarão a vida de Emily e trarão consigo consequências. Mais isso veremos somente na quarta temporada.
Revenge foi uma série que começou com o gosto popular e perdida em sua própria estória, mas que com o tempo se tornou tão madura quanto o enredo merecia. Não é a melhor série de todas, mas com certeza se tornou uma opção de catálogo para sua coleção.
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Paloma Duarte
Eu adoro!!!!!!!!