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Um papo sobre a Natura, um lembrete ao Cristão

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A Natura e sua estratégia de marketing: os cristãos

Não é novidade estarmos (cristãos) novamente em uma ação para boicotar uma empresa. O motivo? Ela se posicionar a pautas contrárias a doutrina cristã. Novidade? Nenhuma

Pautas de inclusão são fortemente expressivas atualmente. E isso não é o problema. Todos somos seres humanos e indiferente da raça, religião ou opção sexual, no fim, somos todos indivíduos de uma comunidade e merecemos respeito.

Dito isto, vamos a problemática desse texto:

A empresa Natura divulgou que sua campanha do Dia dos Pais será protagonizado pela Thammy Gretchen, o que causou grande alvoroço no meio evangélico, inclusive com o Silas Malafaia apoiando isso. Novamente entramos num movimento de boicote à uma empresa que apoia uma causa contrária as pautas cristãs.

O que me assusta nesse cenário é justamente o empenho de evangélicos em apoiar a causa do boicote, mas sempre de forma seletiva. Se vejo uma necessidade e eu quero boicotar uma empresa devido a pautas que vão contra a minha linha cristã, então eu deveria deixar de usar diversas marcas e empresas que também vão contra a cultura cristã, o que não ocorre. Essa seletivamente não mostra que o nicho evangélico é empenhado em estabelecer uma cultura cristã, apenas mostra que eles andam conforme a “modinha” dita para eles.

Dentro do marketing, existe uma parte que é relacionada a conter crise. Em uma crise de marca, os acontecimentos ou eventos podem abalar a imagem da marca/empresa, o que pode gerar incomodo, incertezas e instabilidade do mercado para os objetivos da mesma, criando uma visão negativa sobre a perspectiva do consumidor. Tudo isso pode gerar conflitos com stakeholders, prejuízos financeiros, perda de clientes fidelizados e dificuldade em atrair novos. Hoje as redes sociais são ferramentas para se medir e gerenciar crises. Mas também utilizadas para “criar” as crises.

O que antes era uma pratica usada para reaver a imagem de uma marca ou personalidade, minimizando os danos, prejuízos e restabelecendo a reputação com o mercado, hoje é claramente usada para gerar “burburinho” e manter a ação na mídia. Nada mais fácil do que gerar um comercial para que os evangélicos peçam boicote e que no final não vai dar em nada, além de ter gerado muita view para a marca.

Geralmente, durante uma crise, a marca sofria com comentários negativos, prejuízos, se de sociedade aberta, perdia valor na bolsa de valores, e etc. Hoje isso é pensado de antemão e posicionado de forma que gere positivos valores para a marca. Nesse caso em especifico, é só observar a cotação das ações da Natura.

Foi assim no passado com o Boticário, é assim agora com a Natura e continuará a ser assim enquanto isso gerar vantagem. E com a velocidade das redes sociais, tende apenas a ser vantajoso para as empresas.

E isso é uma estrategia identificada, analisada e aplicada, usando nós, os cristãos, como moeda de troca para gerar engajamento.

Existe uma necessidade – criada- na igreja de hoje de sobrepor a lei de Deus sobre todos os que estão fora dela. Mas até que ponto isso está em passos largos na direção errada? Eu não me surpreendo quando alguém, marca ou empresa se comporta de forma diferente do que aprendi nas Leis de Deus, justamente porque ela não está na direção dEle. É isso que espero do mundo, que ele seja contrário a valores cristãos. Me preocupa mais, quando na igreja existe “um mundo” disfarçado de evangelho.

Percebam que não é sobre concordar ou discordar da campanha, mas sim sobre o que a igreja realmente deve fazer. Estamos buscando no mundo – que jaz do maligno (1 João 5:19) – uma cultura cristã, para depois evangelizarmos os que estão ao nosso redor. É isso mesmo? Como eu posso exigir uma mudança do mundo se não faço a minha real e útil parte no evangelho e no reino. Que cultura de Reino estamos buscando? Que cultura de Reino estamos realmente construindo?

Não estou dizendo que o boicote não é uma ferramenta legal para mostrar a insatisfação com algum tipo de serviço, quero apenas expressar como isso pode ser usado para ambos os lados, e nesses últimos casos, em favor das empresas. É tão verdade que é só analisar quantos boicotes foram feitos e quantos realmente deram certo. Se eles são estrategistas, por que não podemos ser também?

Quer mudar o mundo? Comece de casa. Seja o exemplo, cumpra a Palavra de Deus. Pregue o evangelho, discipule seu vizinho, amigo ou seu familiar. Congregue. Seja ativo na sua comunidade. Alimente os órfãos e a viúvas. Busque o Reino de Deus para que depois, e só depois, todas as outras coisas sejam acrescentadas em sua vida.

Inverter essa ordem é ir contra o Ide de Jesus!

Patrick Duarte, CEO do Blog Pensamento Livre. Jornalista por paixão (MTB 0082370/SP). Adorador e escritor. Músico e (ex) Professor na Escola Bíblica Dominical (AD - Taboão). Membro da Igreja Batista do Povo. Piadista nas horas vagas. Acima de tudo, Servo do Deus!!! Patrick Duarte Silva

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