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Crítica | Quando o sol se põe

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Quando o sol se põe é o precursor para um novo estilo de cinema brasileiro

AVISO: Você está preste a ler uma crítica de filme, que mesmo sendo cristão, será avaliado como uma produção cinematográfica, assim como já fizemos com diversos filmes do gênero.

Chegando ao serviço de streaming Netflix no dia 22/07, logo após sua estreia digital no mês de abril, “Quando o sol se põe” é o primeiro filme cristão brasileiro já está disponível na maior plataforma de filme do mundo. Filmado pela Red Films, o filme conta com o roteiro e direção de Fabio Faria e distribuído pela 360 Wayup.

A trama gira em torno de quatro amigos que possuem um banda e precisam, através da música, enfrentar obstáculos para encontrar seu caminho ao sol. Basicamente,o roteiro funciona em duas tramas centrais divididas entre dois personagens: Adilson (Lilo Atalaia) que enfrenta problemas financeiros na família que o levam ao dilema de precisar abandonar a faculdade; e a Jeny (Priscilla Alcântara), garota popular da faculdade, que possui um relacionamento distante com sua mãe e sofre com o abandono de seu pai.

Apesar do elenco de peso (pelo reconhecimento no gênero) não espere as melhores atuações, que em diversos momentos não passam a necessidade de sentimento que a cena exige, ficando a cargo da trilha sonora fazer esse papel. Mas também não é algo amador. Temos boas pontuações, como o personagem de alivio cômico Gabriel (Samuel Araújo) e o Adilson que tem a melhor frase do filme (que envolve um ratinho muito famoso). Outros nomes como o protagonista Bruno (Filipe Lancaster) e Jeny conseguem se sobressair em alguns cortes. Infelizmente, outros personagens acabam não ganhando muito destaque em tela que acredito ser fruto dos 90 minutos que o corte final teve, mas ainda assim possuem importância no desenvolvimento da trama central, como a irmã de Bruno, Olivia (Lu Alone) e João (Gabriel Barreto) que possui a sua própria sub-trama envolvendo sua mãe.

Como citei, o tempo do filme influencia no desenvolvimento dos personagens, deixando tudo sempre muito superficial. A cena que introduz a primeira trama do filme (Adilson e Festival de música) é jogada assim, do nada, que se piscar você perde. A segunda trama (Jeny) também é rasa, o que não dá maior profundidade ao momento que ela se reergue na amizade com a banda. Um ponto positivo fica a cargo do relacionamento dos quatro amigos que em tela é muito natural. Certamente você irá se reconhecer em algum deles.

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O filme possui muitos momentos de descontração que deixam o espectador bem leve para continuar assistindo, mesmo eu tendo considerado parte do início do filme meio devagar. E nesse momento eu estava preparado para dar nota “regular” a produção.

Ao final do segundo ato, somos apresentados a mais uma trama do filme – novamente superficial – mas que muda radicalmente a forma que estamos acompanhando a jornada da banda. Admito ao dizer que gostei muito desse momento, não simplesmente por ser uma surpresa no filme – não deu nenhum indicativo até momentos antes – mas principalmente pela resolução no final do terceiro ato. O roteiro conseguiu de forma sensível e corajosa encerrar o ato com uma bela despedida.

O filme carrega em si uma mensagem de fé, mesmo que de forma sutil, que ao final ganha um discurso mais claro.

Quando comparado a produções americanas, obviamente o cinema cristão brasileiro ainda tem muito a crescer e aprender. Assim como o filme “Deus não está morto” é bem sofrível, mas com duas sequências maravilhosas, Quando o sol se põe abre as portas para que mais produções ganhem espaço.

A coragem para encerrar o filme fugindo de clichês que o público esperaria e pelo peso de ser o primeiro filme cristão brasileiro na Netflix, tornam “Quando o sol se põe” um filme que merece uma chance.

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Patrick Duarte, CEO do Blog Pensamento Livre. Jornalista por paixão (MTB 0082370/SP). Adorador e escritor. Músico e (ex) Professor na Escola Bíblica Dominical (AD - Taboão). Membro da Igreja Batista do Povo. Piadista nas horas vagas. Acima de tudo, Servo do Deus!!! Patrick Duarte Silva

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