Crítica | Superação – O Milagre da Fé
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Baseado em uma história real, Superação cumpre o que vendeu: Um filme gospel
Apesar do blog ter a vertente cristã, em nossas críticas nunca analisamos o lado espiritual do material, mas sim como a produção foi composta.
Superação é baseado no livro de Joyce Smith que relata os momentos que passaram quando seu filho John se afogou em um lago congelado por 15 minutos. Dado como morto, após 60 minutos ele recobra sua pulsação entrando numa luta de vida e morte.
Adaptado por Grant Nieporte (Sete Vidas) e dirigido por Roxann Dawson, Superação foge do convencional formato de fotografia para filmes desse tipo. Música pop e cortes de câmera rápidas iniciam a apresentação ao universo do filme.
Logo de início somos apresentados a família Smith, que aparentemente passa por dificuldades de relacionamento com seu filho – adotivo – John. Inteligente e um hábil jogador de basquete ele parece estar em uma luta interna devido ter sido rejeitado, ainda bebê, pela sua mãe biológica.
As relações de John com os colegas da escola moldam o primeiro ato do filme e mostram como ele é uma pessoa querida na pequena comunidade, que se mostra ser quase em sua totalidade cristã.
No longa, o relacionamento de Brian (pai) é bem superficial, seja com a família ou com as outras pessoas da comunidade, o tornando praticamente figurante nessa história. Um ponto interessante é para a evolução da relação entre Joyce e o novo pastor da igreja, Jason.
O momento do acidente é bem representado e mostra como o tempo foi o grande inimigo nesse salvamento. Se preocuparam até em representar a foto que foi feita momentos antes do acidente.
Após o resgate, e realizações de todos os procedimentos possíveis para devolver a vida a John, podemos dar por encerrado o primeiro ato do filme.
O segundo ato retrata toda a luta dos médicos para manterem John com vida, induzindo-o ao coma e o relacionamento de sua mãe com os médicos, amigos, esposo e pastor.
Superação se assume como um filme cristão, sem dar entendimento para outros tipos de pensamento. Todos os diálogos escritos e lições aprendidas o levam para uma mensagem de esperança. Apesar disso, o filme não se limita a neutralizar a ajuda médica, deixando claro que foi feito todo o necessário para a recuperação de John.
O papel do Pastor John foi brilhantemente representado pelo ator Topher Grace e moldou boa parte do que é ser um pastor para uma família.
Apesar de possuir um bom plano de sequência e boa direção fotográfica, alguns diálogos são superficiais e não envolvem o espectador. Alguns momentos são marcantes, mas devido a situação de morte e vida, e não pela construção da cena.
Esses diálogos também dificultam que o filme seja melhor entendido para espectadores que não tenham familiaridade com Deus. O único personagem ateu do filme não tem desenvolvimento, tornando-o raso e sem profundidade, levando o filme para uma única linguagem, que é a crença na fé.
A trilha sonora foi muito bem escolhida e casam muito bem com cada cena que foram encaixadas.
As atuações têm seus altos e baixos na produção. Enquanto alguns personagens não tem profundidade, como o ator Mike Colter, que interpreta o raso Luke Cage na série da Marvel, temos destaque para a atriz Chrissy Metz (Joyce) que consegue transmitir toda dor de uma mãe que pode perder seu filho.
A conclusão do terceiro ato passa superficialmente pelas reações da comunidade. Entre os que creem no milagre de Deus, existem os céticos que zombam do “garoto milagre”. Algo comum em qualquer relato de milagre vivenciado e contado.
Brilhantemente o filme termina em um culto – meio óbvio por sinal – com a presença de todos que foram importantes na recuperação de John, desde os policiais, equipe de resgate, médicos e enfermeiros.
Superação | O Milagre da Fé cumpre seu papel e não engana o espectador. Ele é exatamente o que foi vendido. Um filme de milagre para quem crê em milagres.
Um comentário
Helton lino dos santos
Muito bom!
Lendo esse artigo, fiquei mais ansioso para assistir o filme.