Boca com fita para não mentir
Artigos Gospel

O Cristão, a omissão e a mentira

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Qual o limite entre a brincadeira e o pecado?

No dia 1 de Abril de todos os anos, os brasileiros “celebram” – seria mais correto dizer que eles “brincam” – o dia da mentira. Iniciado por aqui em 1828, em Minas Gerais, com a notícia da morte de Dom Pedro (desmentida posteriormente), essa data ganhou força com o passar dos anos e hoje até mesmo grandes empresas participam desse dia como forma de engajar suas ações e redes sociais.

No dicionário, mentira seria o ato ou efeito de mentir; engano, falsidade, fraude. Portanto, mentira não se caracteriza como algo bom ou que resulte, de forma direta ou indireta, em algo bom.

Mas nós, como cristãos, podemos participar e comemorar esse dia?

Não iremos tratar aqui sobre legalidades e a consciência individual, mas sim do objetivo que é como a bíblia trata o pecado da mentira.

A bíblia é clara ao tratar a mentira, em um discurso de Jesus, como a essência do diabo, o dando o título de “pai da mentira” (João 8: 44). Isso por si só, sem nenhuma outra necessidade de afirmação, confere ao ato de mentir a titularidade de filho do diabo (Atos 13:10). Ora, se não temos Deus como nosso pai, só podemos ser pertencentes a outra paternidade.

Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44

Mas até que ponto a mentira é mentira efetivamente ou apenas uma omissão da verdade?

Você certamente já ouviu: “Eu não menti, eu omiti.”

Se você quiser viver se baseando pela forma que o mundo entende e trata questões como mentira e omissão, é claro que faz sentido essa citação. Afinal, quando você omite, geralmente é porque a pessoa interessada não lhe perguntou algo que fosse lhe obrigar a responder tudo.

Agora, se sua preocupação for sobre como a bíblia trata seus ensinamentos, o ato de omitir é tão grave quanto ao ato de mentir.

Um bom exemplo disso é a história de Ananias e Safira que pode ser lida em Atos 5: 1-10.

Nesse relato, Ananias e Safira faziam parte da igreja primitiva em Jerusalém. Nesse período, que era o inicio da igreja, muitos cristãos que possuíam mais bens que outros os vendiam para poder dividir com a igreja, e assim, ninguém passava necessidade.

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Certo dia, Ananias e Safira decidiram que venderiam sua propriedade e assim o fizeram. O problema é que com o recurso que pegaram dessa venda, eles guardaram uma parte para eles, e assim deram apenas a diferença para a igreja, fingindo que aquele valor era o total que tinham conseguido.

Essa atitude gerou a revelação do ato de Deus para Pedro, que confrontou Ananias sobre não ter falado toda a verdade (omissão). Não havia necessidade disso e Pedro deixou claro (versículos 3 e 4). Por esse pecado, Ananias caiu morto perante Pedro.

Após três horas, sua esposa Safira chega ao local sem saber da morte do seu esposo. Pedro a questiona se aquele valor era o total da propriedade e Safira afirma que sim (mentira).

Pedro novamente confronta e repreende Safira por ter entrado em acordo com o marido sobre a farsa e ela também cai morta perante os pés de Pedro.

Nessa passagem conseguimos separar e entender muito bem como a omissão e a mentira estão lado a lado e resultam no mesmo pecado. Eles não mentiram ao homem, mas mentiram a Deus. E isso, Deus não tolera!

A seis coisas que Deus não tolera

Na passagem de Provérbios, são listadas seis coisas que Deus não tolera e mais uma que Ele abomina.

Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos. Provérbios 6:16-19

Observem que a maior parte delas está relacionado a língua do homem. A mentira não é uma atitude bonita, tão pouco correta, mesmo que aparentemente o meio justifique o fim, no verdadeiro final, a conta sempre irá cobrar o que for de direito.

Patrick Duarte, CEO do Blog Pensamento Livre. Jornalista por paixão (MTB 0082370/SP). Adorador e escritor. Músico e (ex) Professor na Escola Bíblica Dominical (AD - Taboão). Membro da Igreja Batista do Povo. Piadista nas horas vagas. Acima de tudo, Servo do Deus!!! Patrick Duarte Silva

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