A Semana da Minha Vida – Netflix | Crítica
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Adolescentes, um acampamento de verão e muita música, fazem parte do contexto em “A semana da minha vida. Filme já estreiou na Netflix”
Estreou nesse final de semana mais um filme original Netflix. Com roteiro original de Alan Powell, A Semana da minha vida estreia na Netflix prometendo ser um musical cristão para a geração atual.
O filme conta a história de Will Hawkins (Kevin Quinn), que é um adolescente em uma fase rebelde e quando sua vida o deixa a beira do reformatório, sua única opção é participar de um acampamento cristão de verão. Sem alternativa viável, ele decide ir para o acampamento. E durante essa nova experiência, Will conhecerá o que é amizade, respeito, competição e o amor.
Dirigido por Roman White (conhecido por diversos trabalhos musicais e vencedor de grammys), o filme se assume para o que veio. Um filme de musical adolescente. Sem vergonha do que é, o filme é para presentear todos os fã de Camp Rock (2008) e Hig Schoool Musical (2006). Alias, o protagonista lembra, e forma sutil, o Troy do HSM.
O elenco basicamente foca em 5 personagens que interagem entre as competições do acampamento, descobertas da amizade, ciúmes e amor. Aqui, o nome talvez mais conhecido (ou rosto) será da protagonista Bailee Madison, que interpreta a personagem Avery.
Seguindo a famosa fórmula para construção de dramas adolescentes, somos apresentados ao jovem rebelde, a moça perfeita, o vilão não tão vilão, a nerd e o melhor amigo do rebelde. Apesar do filme possuir um razoável tempo de tela, ainda assim não foi possível criar e desenvolver todos os personagens, dessa forma, o diretor prefere focar nos protagonistas Will e Avery, usando os outros três como saídas para a trama, como o motivo de Will fugir novamente, ou para que Will começasse a se importar com um amigo.
O roteiro em si não é ruim. Ele consegue, de forma sempre rasa, desenvolver a trama de forma leve e divertida. Em parceria com a trilha sonora, que particularmente é muito boa, as músicas complementam as cenas e fazem parte essencial da trama. Quando você aceita que um filme musical é basicamente isso: “para tudo, vou cantar”, o filme satisfaz os amantes de musicais.
As músicas foram escritas por Adam Watts, que em seu currículo tem diversos trabalhos como Camp Rok, Hanna Montana, Hig Schoool Musical, entre outros.
Voltando a sequência do filme, o primeiro e segundo ato são bem fluídos e não fogem do básico para a composição da história. Apesar do filme possuir uma temática cristã, por mais sutil que seja nos primeiros dois atos, ela navega entre a religião e a vida secular do jovem, isso fica bem representado com uma sacada muito boa de incluir referências a cultura pop, os famosos easter egg. Isso permite que mesmo os jovens não cristãos possam se identificar com os personagens e apreciar o filme.
Em execução técnica, o filme não é perfeito. Tem leves falhas de continuidade, coreografias sem nada novo do que estamos acostumados, atuações levemente ruins, mas outras que são muito boas, a exemplo de Jahbril Cook, que interpreta o cômico George. Iniciante na jornada artística, o ator possui um pouco mais de 2 mil seguidores no instagram, mas possui um potencial muito grande para outras obras. Atenção Hollywood!
No terceiro Ato, o filme expõe a religiosidade um pouco mais escancarada quando Will e Avery tem um embate sobre quem são e o que esperam do mundo. Perguntas sobre “quem é Deus?” e “por quê ele não estava lá?” pautam a abertura do ato final, levando a jornada a sua conclusão óbvia.
No fim, Roman White assume o filme para o que ele precisa ser, sem vergonha do que é. Com a trama super leve e divertida, A Semana da Minha vida consegue fazer o que muitos filmes desse gênero não conseguem: fazer o básico bem feito!